15.

Postado por Rhaiza Oliveira , quarta-feira, 25 de julho de 2012 12:36


'Sei que amanhã,quando eu morrer,os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração.
Alguns até hão de chorar,e querer me homenagear fazendo de ouro um violão. Mas depois que o tempo passar sei que ninguém vai se lembrar que eu fui embora... Por isso é que eu penso assim: Se alguém quiser fazer por mim,que faça agora. Me dê as flores em vida,o carinho, a mão amiga,para aliviar meus ais. Depois que eu me chamar saudade,não preciso de vaidade,quero preces e nada mais...'
Seria cauteloso demais dizer que a música que tocava no player do computador era uma certeza. Só gostava de ouvir de vez em quando uma certa calmaria pra embalar os nervos inquietos e a sensação de perda. Deveria brigar faltando uma semana, vomitar as mágoas ou reclamar de cada coisinha que parece enorme aos olhos. Mas não.
Calarás a boca pra cada riso irônico ou peça pregada. Ignorará o fato de quase nunca ser lembrada. Piada pronta, desastrada e senil. Parece masoquismo. Já devias ter se acostumado. A esquecer e ser esquecida. Ou melhor,nunca lembrada.
O bom é levar patada mesmo,quem sabe assim eu aprendo. Idiota,idiota,a mesma mão que te afaga é a mesma que te apedreja. Mas enquanto ela escarra,tu só beija. Beijas o pé,os dedinhos e engole o cuspe. Nojenta, esfacelada. Aprende a te amar,caralho. Aprende a ser amiga e não capacho.
Mas você é um doce,uma das melhores amigas que eu tenho,te amo tanto... rá. Estúpida.
Eu devia brigar,mas fico quieta e me acostumo. Esse é o meu problema. Tô toda suja e ainda quero nadar na lama.

Sintético.

Postado por Rhaiza Oliveira , quinta-feira, 5 de julho de 2012 19:01


‘Ser careta é chato’ devia ser um ditado popular. Todo mundo sempre falando que a espontaneidade é uma dádiva, que os dias de juventude e farra são os melhores dias que poderemos ter na vida.
Daisy fresh girls, lolitas com fome de mundo, de braços e pernas abertas pra agarrar qualquer oportunidade de atenção ou fingir a espontaneidade anteriormente citada. Sorrisos comprados, pernas depiladas por 20 reais, batom construído com mesada de quem ainda não saiu de casa ou nunca andou de ônibus.
Agora sim, você pode fingir a noite inteira. Se fudeu com vários, se não deu pra ninguém, se fica bêbada alegrinha, bêbada triste ou bêbada puta. Parecem-me tão falsas as aspirações de juventude, tão compradas e tão encenadas no espelho. Parece-me um orgasmo fingido de quem na verdade só quer ter prazer e mesmo assim continua frígida.

Tem os que se cortam, os que bebem, os que vomitam ou os que deixam de comer. Tudo pra sentir alguma coisa, pra se sentirem capazes ou para gozarem de felicidade natural. Dançam na mesa, roubam beijos, fantasiam-se de mulheres fortes, homens fortes e seguros de si. Mentira... E ainda parecem tão perfeitos  aos olhos dos lonely boys and girls do mundo.
Juventude é uma merda. Uma coisa tão fingida e desprovida de sentimento... Os beijos são falsos, a sensação de poder é falsa. E não, não se pode abraçar o mundo com as pernas, nem agora aos vinte ou depois dos quarenta. A questão é parar de se iludir achando que podemos tudo. Não podemos nada, não conquistamos nada nem ninguém. Nem mesmo a falsa sensação de felicidade depois de olhares furtivos.
Nenhum jovem é cool.  Por mais que possa parecer, mulheres são meninas e homens são criaturas púberes eufóricos. Não se gabe de quantos shots de tequila você aguenta ou até que horas ficou acordado por causa de incontáveis idas ao banheiro (se você conhece a cena da Uma Thurman indo ao banheiro em Pulp Fiction, você provavelmente sabe do que estou falando). É tudo falso. Do cabelo à válvula de escape,tudo é sintético.

Juventude de merda.